-Olha! A terra “chupa” a água... ! (
-Nossa! Agora o leite não é mais leite! ( Matheus Rodrigues, ao misturar o suco de frutas com
-Olha Prô! Cada vez que eu lavo o pincel, a água fica de uma cor diferente... ( Paola, ao observar a cor da água do potinho cada vez que trocava a cor da tinta do pincel). Concluindo: - É, acontece uma mágica!
O elemento ÁGUA foi escolhido por ser um fator presente em quase todas as indagações, por ser de grande atração das crianças, causar curiosidades sobre suas reações com outros elementos e também por proporcionar prazer e diversão.
- Observação e pesquisa sobre as propriedades da ÁGUA, seus estados, características e transformações, descobrindo, investiga
-Reconhecer através de observações e experimentos, certas regularidades dos fenômenos físicos e naturais, identificando os conte
-Encorajar a criança a estruturar seus con
- Expressar e comunicar suas idéias, sensaçõe
- Difusão por movimento e absorção.
-Estado da água (congelamento/descongelamento).
-Evaporação
-Flutuabilidade (bóia ou afunda)
-Insolubilidade
-Densidade
Deste modo, deveria planejar vivências e situações experimentais que partissem de suas perguntas, que tivessem relação com
Esta bagagem não foi desprezada, ao contrário, teve grande valia para a análise dos conhecimentos prévios de cada um, suas hipóteses iniciais e relações que estabeleciam com os elementos, dando-me subsídios para promover seqüências de atividades que pudessem ser extensões naturais do conhecimento que já possuíam.
Observei que algumas hipóteses advinham de relações que faziam com algo que viram ou ouviram, outras eram associações de idéias e fantasias, comprovando a teoria de Henri Wallon, que nesta faixa-etária a criança possui um pensamento sincrético, caracterizado pela incapacidade de manter certa coerência em seu discurso, num pensamento confuso e mesclado, revelando uma descontinuidade e fragmentação de idéias. (Galvão, 2008).
- A bucha bebeu toda á água da bacia! / Quando a gente passa o pé no chão molhado, faz “liso”. (referindo-se quando arrasta o pé na lama / Olha prô! As rodinhas do meu carrinho, “faz rua” no chão e depois ela some. ( referindo-se as marcas deixadas pelas rodinhas molhada no chão) / Olha! eu lá dentro da poça (referindo-se ao reflexo na poça d água) /De onde vem a chuva?/ A chuva vem do Sol / Não, o anjinho tava chorando. / Por que a árvore pode molhar a gente se não está chovendo?/ Por que meu pé afunda na grama molhada? / Por que a terra fica “molinha” depois da chuva?
4ª Parte: Mapeamento
Estas problemáticas me serviram de subsídio para fazer o mapeamento dos conteúdos que possivelmente seriam trabalhados no projeto.
A partir de então as atividades seguiram seqüências com intencionalidade educativas, conteúdos planejado e organizado, com níveis crescente de complexidade, para que pudesse acompanhar os avanços dos pensamentos e hipóteses das crianças.
Esclareço que embora o objetivo do meu projeto fosse trabalhar os fenômenos através de atividades de conhecimento físico, minha intenção não era ensinar conceitos, princípios ou explicações científicas, mas sim fornecer oportunidades para que as crianças agissem sobre os objetos e observassem como estes reagem, construindo a base para seus conhecimentos científicos.
Confesso, tive que buscar novas bibliografias para me subsidiar com meu objeto de estudo, ampliar meus conhecimentos em relação aos aspectos do ensino/aprendizagem de Conhecimento Físico na educação infantil e química, pois os meus, no momento, considerei insuficientes para dar-me o suporte necessário que o projeto necessitava.
A primeira atividade da seqüência foi “Refazendo refresco”, onde o objetivo agora era trabalhar as propriedades da água: A água tem cor? Sabor? Cheiro? É Possível mudarmos o cheiro, a cor e o gosto da água? Como? Dei a cada um dois copinhos descartáveis transparentes, um com água, outro com refresco em pó e deixei que explorassem, fazendo tentativas até chegarem à transformação. Foi uma atividade exploratória que ajudou as crianças a estabelecer relações, refletir sobre a ação/transformação dos elementos quando misturados.
6ª parte: A Difusão
O próximo conteúdo trabalhado foi a Difusão, onde apliquei atividades que permitiu lidarem com transformações decorrentes de mistura de elementos, observando os diferentes resultados. A atividade era “colorindo garrafas”, o conteúdo foi difusão por movimento. Enchemos garrafas pet transparentes com água e pingamos dentro de cada uma delas anilina líquida de cores diferentes, deixei que observassem as gotas do corante descendo lentamente pela garrafa, perguntei a eles porque toda a água não ficava colorida e o que seria preciso para isso acontecer, deixei-os explorar até descobrirem que seria possível misturar se movimentassem a garrafa. Começaram a rolar suas garrafas pelo chão, observando encantados, a difusão da cor. Depois colocamos nossas garrafas na janela, toda vez que o sol batia na janela, deixava lindos reflexos coloridos no chão da sala. (descobriram o reflexo!).
Para trabalhar o conteúdo de difusão por absorção, realizamos duas atividades: “Pintura na chuva”, onde com algodão, passaram cores variadas de anilina em pó no papel e o colocamos na chuva, observando o fenômeno que ocorria quando caia a água sobre o papel, num processo de difusão. Ficavam maravilhados! Na outra atividade, umedeci a cartolina e deixei que pingassem a anilina liquida, que quando absorvida pelo papel úmido, se ramificava, criando belas nuances. Cada atividade era acompanhada de perguntas que levava as crianças a observarem e refletirem sobre o fenômeno ocorrido.
7ª parte: Congelamento/Descongelamento
O próximo conteúdo trabalhado foi referente aos estados de Congelamento/Descongelamento da água. A água é uma substância única porque pode apresentar-se em três diferentes estados: água mesmo (liquido), gelo (sólido) ou vapor (um gás). A criança nesta idade, ainda não compreende as causas relacionadas à temperatura que faz ocorrer esta transformação, mas sente muita curiosidade e interesse em explorá-la seja qual for seu estado.
As atividades desenvolvidas para este conteúdo foram: Pintura com cubos de gelo colorido, gelo derretido ao sol e Gelatina. As Artes Plásticas e Culinárias estiveram muito presente no decorrer do projeto, visto que nesta faixa-etária as crianças usam os materiais mais para exploração, sem objetivar um produto final, deste modo, estas atividades acabam favorecendo o conhecimento-físico. Colocamos água colorida nas forminhas e estas no congelador, no dia seguinte, questionei como encontraríamos a água, deixando que cada um expressasse sua hipótese para trabalhar o pensamento dedutivo. Adoraram a sensação de pintar com o gelo e os efeitos que este fazia no papel conforme ia derretendo. Na segunda atividade, fomos para a área externa e dei gelos coloridos para que colocassem sobre uma cartolina e a cartolina ao sol, o objetivo era observar à reação do gelo, que derretia misturando as cores formando belos efeitos. As crianças observaram que os mesmos materiais podiam produzir efeitos diferentes.
As perguntas e comentários que surgiram na atividade do gelo: - Cadê o gelo que caiu no chão?- Por que ele ficou pequeno? Por que dói a mão quando o seguramos? Porque virou água? O vento faz o gelo derreter... -Não é! É o sol. -Ele tem água lá dentro! É, sorvete também derrete, mas a gente pode chupar...
Na atividade da gelatina, trabalhamos a mudança do estado dos elementos, as transformações de pó, depois a mistura do pó com a água e do estado líquido para o sólido. As crianças sabiam que para endurecer a gelatina é preciso colocá-la no refrigerador, mas não compreendem que o responsável por este processo é a temperatura. Alguns também sabiam que este processo dura um tempo, pois só poderíamos comê-la no dia seguinte. Matheus R. descobriu que a gelatina também pode refletir.